Esse procedimento cirúrgico é indicado ao paciente que apresenta desvio do septo nasal e hipertrofia dos cornetos.

Sob uma ótica anatômica, o nariz apresenta um septo nasal que divide seu interior em duas cavidades: direita e esquerda. Na parede lateral, existem estruturas chamadas cornetos (inferior, médio e superior) nasais que servem para regular o fluxo nasal.

Sob o ponto de vista teórico e, para que haja uma harmonia na fisiologia nasal, o septo deve ser centrado, para que as duas cavidades sejam homogêneas e possam apresentar semelhante fluxo aéreo. Isso é importante fisiologicamente, pois os seios paranasais e sua fisiologia dependem diretamente desse fluxo aéreo. Irregularidades ou diminuições do fluxo aéreo nasal, causadas por desvios do septo ou hipertrofia acentuada dos cornetos, podem levar a aparecimento de doenças nasais e de seios paranasais, tais como: rinites, sinusites, faringites, otites, amidalites, laringites, etc.

Quando o paciente é prejudicado por ocorrer essa alteração anatômica; ou seja, quando tem algum incômodo que lhe venha a causar uma simples obstrução nasal, uma cefaleia, uma doença crônica, se bem orientado por seu médico, para a melhora do quadro, pode optar pela cirurgia de correção do septo nasal e dos cornetos.

Quando é indicada a cirurgia, o paciente deve ser esclarecido a respeito de alguns pontos importantes. De rotina, em nosso serviço, não operamos paciente algum sem exames pré-operatórios ou sem uma prévia avaliação anestesiológica.

Os exames pré-operatórios variam em função de cada paciente. Nos casos de pacientes hígidos, sem qualquer doença sistêmica, e com idade inferior a 40 anos, solicitamos apenas um hemograma e um coagulograma.

Dos pacientes hígidos, com idade acima de 40 anos, solicitamos ainda RX de tórax e Eletrocardiograma. Quanto aos pacientes com qualquer doença sistêmica, solicitamos uma avaliação clínica com seu médico pessoal, com parecer referente ao procedimento cirúrgico. Acreditamos que tais cuidados contribuem para diminuir os riscos cirúrgicos e anestésicos dos nossos pacientes.

Não há regra para ocorrência de sintomas: grandes desvios podem se apresentar assintomáticos, enquanto desvios bem menores podem causar problemas graves. A premissa básica para que se indique uma cirurgia corretiva é a ocorrência de um ou mais problemas. Se não há problemas, não há motivo para cirurgia. Quando indicada, é um procedimento relativamente simples, sob anestesia local mais sedação, com um tempo de aproximadamente 20 a 30 minutos. É importante salientar que, há tempos, se abandonou o uso do tampão nasal de gaze, que representava um grande desconforto no pós-operatório e era a maior causa de desistência dessa cirurgia.

Após o procedimento cirúrgico, o paciente já chega lúcido ao quarto. Permanece na clínica por cerca de 2 horas, para recuperação do pós-operatório imediato; após o quê, se estiver tudo bem, recebe alta para ir para casa. Recomenda-se repouso ao paciente, nos primeiros dois dias. No terceiro ou quarto dia após a cirurgia, ele pode retornar aos poucos a suas atividades. Recomenda-se, ainda, que o paciente não faça exercícios físicos por 10 dias após a cirurgia, para que evite sangramento pós-operatório, que é a principal complicação dessa cirurgia.

O que o paciente pode esperar se optar pela cirurgia.

Se houver dor de cabeça na região fronto-etmoidal, é preciso que o paciente saiba que, ao corrigir o desvio do septo, elimina-se – não necessariamente a causa – mas uma das causas de dor de cabeça nessa região onde há compressão do septo na parede lateral. Não se pode, portanto, prometer ao paciente que a cirurgia curará a dor de cabeça. Pode-se, sim, prometer uma melhora na fisiologia nasal, com consequente melhora na respiração.

Nos casos de sinusites de repetição, pode-se dizer ao paciente que, por melhorar a fisiologia nasal, melhorará das infecções recorrentes. No entanto, isso não significa que não apresentará mais qualquer episódio de sinusite. Com relação ao ronco, é importante salientar que, com a melhora da respiração, o ronco diminui. Mas, nunca se diz aos pacientes que se curará o ronco ou que irá parar de roncar; e, sim, que roncará menos.

O que o paciente não pode esperar se optar pela cirurgia.

É fundamental que o paciente entenda que a cirurgia do septo nasal não o curará da rinite alérgica.
E, caso tenha rinite, possivelmente terá que tratá-la após a cirurgia para continuar respirando bem. Além disso, não deve esperar que o septo fique completamente reto; e, sim, bem menos desviado com a correção cirúrgica, pois uma completa centralização nem sempre é possível.

Conclusão.

 A cirurgia do septo nasal e dos cornetos é uma boa opção para quem possua problemas advindos dessa alteração anatômica. Isso, porque se trata de um procedimento simples, rápido, de recuperação e pós-operatório tranquilos, com mínimos riscos de complicações. E é indicada para pacientes que apresentem alterações das funções nasais e desejem uma melhor qualidade respiratória com consequente melhora na qualidade de vida.

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