Apnéia é uma parada respiratória com duração de mais de 10 segundos.
Ronco e apnéia são tópicos de um capítulo à parte dentro da otorrinolaringologia. É importante dividi-lo, inicialmente, em duas partes – Crianças e Adultos – tratadas individualmente.
1. Crianças com ronco e apnéia. Esse é um problema cuja causa, via de regra, é de fácil identificação – hipertrofia adenoamigdaleana (ver doenças HAA) – e tratamento. Ocorre, normalmente, por aumento excessivo da adenóide e das amígdalas, provocando uma grave obstrução nas vias aéreas superiores e acarretando à criança grande dificuldade respiratória, o que provoca os episódios de ronco e apnéia. É um problema facilmente corrigido com a remoção somente da adenóide ou juntamente com as amígdalas. Outro fator comum – e menos importante – que deve ser tratado caso ocorra, é a rinite alérgica que causa, também, dificuldades respiratórias (ver Doenças – rinite alérgica).
2. Adultos com ronco e apnéia. Neste caso, diz-se sempre que o ronco é multi-fatorial. Podemos interferir em alguns dos fatores que o ocasionam. Quanto aos outros, porém, podemos apenas oferecer orientação para que o paciente saiba o que pode fazer. É importante que ele entenda que, ainda que haja alguns tipos de tratamento – clínico ou cirúrgico – é impossível prometer-lhe a cura.
No entanto, se não se pode curar o ronco, é possível amenizá-lo. Há determinados propiciadores do ronco com que o médico não pode interferir: são os fatores comportamentais. Se o paciente emagrecer, roncará menos; se mantiver uma dieta leve ou se comer pouco antes de dormir, roncará menos. Se estiver estressado ou se ingerir muita bebida alcoólica à noite, roncará mais.
Alguns pontos devem ser investigados e tratados em pacientes com ronco e apnéia: vias aéreas superiores (nariz, rinofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe), tendo em mente a anatomia e a fisiologia dessas regiões. Deve ser verificada, ainda, a presença de doenças que alterem a fisiologia. Para tanto, além da história investigativa desse paciente, é pedido um detalhado exame otorrinolaringológico e um exame de videonasofibroscopia para melhor avaliação anatômica-funcional dessas estruturas.
Alterações anatômicas importantes como desvios do septo nasal, hipertrofia severa dos cornetos, pólipos ou massas nasais, hipertrofia importante de amigdalas, excesso e flacidez de palato, hipertrofia excessiva de úvula, presença de doença de refluxo gastro-esofágico (D.R.G.E.), devem ser diagnosticadas e tratadas para minorar o problema.
Um maior esclarecimento do problema é essencial para o bem-estar do paciente. A escolha do tratamento deve ficar a seu critério: desde que saiba das vantagens e desvantagens e das perspectivas com relação aos tratamentos propostos, não alimentará falsas expectativas e não se frustrará com o resultado.